sábado, janeiro 20, 2007

Corvette Sting Ray, o americano com alma europeia!

Para fugir do estilo convencional de seus automóveis de grandes dimensões, a General Motors passou alguns anos tentando projetar um carro que se aproximasse dos autênticos esportivos europeus. Valeu a pena o esforço, pois, em 1953, a montadora americana apresentou o Corvette, modelo que rapidamente se transformou em mito na história da indústria automobilística e símbolo dos Estados Unidos.

Com carroceria feita em fibra de vidro, os primeiros modelos tinham formas curvas, faróis redondos e ampla grade cromada. O conversível Corvette era equipado com motor seis cilindros em linha de 150cv de potência. Com o passar dos anos, a carroceria foi modificada e, em 1960, ganhou faróis duplos redondos e faixas nas laterais, onde havia entradas de ar. No ano seguinte, a traseira foi alterada, ganhando formas retilíneas com quatro lanternas, estilo que lhe rendeu o apelido de Duck-tail ou rabo de pato.

Mas as mudanças mais significativas ocorreram em 1963, quando a GM lançou o Corvette Sting Ray, com desenho inspirado nas formas de uma arraia. A frente passou a ter linhas mais retas e faróis escamoteáveis que são acionados por comando elétrico. Na traseira, pequenas lanternas redondas e uma saída de escapamento de cada lado.

O motor original 327, um V8 de 365hp, quadrijet, que proporciona um desempenho excepcional ao esportivo. Mas não poderia ser diferente, pois, com toda essa cavalaria e pouco peso, o carro tem que ser muito rápido, se você puxar até o limite de 6000 giros, e essa acelerada durou mais que 5,7 segundos, já passou dos 100 km/h. Uma freada forte nos levanta um pouco do assento, mas não há nada a temer. Ele pára. Coragem, homem! Se quiser moleza, a Chevrolet tem o Corsa.

Aliás os freios são um capítulo a parte, os primeiros Sting Ray vinham com freios a tambor. Panelões imensos, eficientes, porém sujeitos ao "fading". Daí que, a partir de 1965, os freios a disco nas quatro rodas passaram a ser standard. Assim como a suspensão moderna até para os dias atuais, independente, com dois triângulos superpostos e amortecedores telescópicos, nas quatro rodas. Na dianteira, molas helicoidais; na traseira, feixe transversal. Tendo massa bem distribuída, ele é equilibrado e bem comportado nas curvas, ou seja, gosta delas. Curvando forte em asfalto ondulado há um pequeno balanço traseiro que é logo corrigido com leves toques no volante. No piso plano, em alta velocidade, a curva sai lisa e os pneus cantam fininho há quem não goste desse som, fazer o que...

E não é só isso. O ronco do motor também chama a atenção e, para muitos, soa como uma verdadeira sinfonia. O câmbio pode ser manual de quatro marchas ou ainda a opção de transmissão automática de três velocidades.

O painel se destaca no interior e valoriza as características esportivas do modelo. Todo revestido em couro vermelho tem dois arcos nas extremidades, um abrigando o porta-luvas, e outro, os instrumentos (velocímetro, conta-giros, amperímetro, pressão do óleo e nível de combustível), painel completo. O volante de aro de madeira fino e três raios é típico dos esportivos dos anos 60.

O conversível tem capota de lona preta, que, ao ser recolhida, fica escondida em compartimento atrás dos bancos. Mas há também outra capota de fibra, pintada na mesma cor da carroceria. O carro não tem porta-malas e o tanque de combustível de 75 litros ocupa o lugar dele. Detalhe interessante é a tampa do tanque, que lembra a dos carros de competição.

Vale lembrar que até 1964 o modelo era equipado com pneus diagonais, substituídos pelos radiais, no ano seguinte. As calotas são de aço inox e têm no centro as tradicionais bandeirinhas quadriculadas, símbolo da marca.

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