sábado, dezembro 16, 2006

MORTA GANHA ELEIÇÃO NO ALASKA DEPOIS DE CARA OU COROA

ANCHORAGE, Alaska (Reuters) - Uma mulher morta foi reeleita para o conselho de uma escola no Alaska. Katherine Dunton morreu de câncer no dia 3 de outubro, dia da eleição.
O resultado da contagem dos votos deu empate. Katherine e sua oponente, Dona Highstone, receberam 19 votos cada. Três dias depois - conforme determina uma lei estadual - foi realizado um jogo de cara ou coroa para determinar o vencedor. Dona pediu “cara" e perdeu.
Esta é a primeira vez que ouço algo parecido, não somente no nosso Estado, mas em qualquer outro", disse Whitney Brewster, diretora da Divisão de Eleições do Alaska.
A Escola Distrital da Região de Aleutian, que cobre uma região de quase mil quilômtros e tem jurisdição sobre pouco mais de 50 estudantes, ainda não decidiu como preencher a vaga de Katherine.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Puma GTB, o felino brasileiro.

Brasileiros arrojados desenvolveram o esportivo nacional mais famoso, bonito e original. Tudo começou quase na metade da década de 60, quando nossa indústria automobilística ainda engatinhava. Nossos carros eram originários de marcas americanas ou européias, idênticos aos que ainda eram ou já haviam deixado de ser fabricados lá fora.

Em 1971 foi montado pela Puma, montadora brasileira de carros esporte, um protótipo esportivo, que usava o motor do Opala seis cilindros e 3.8 litros; o GTO, que depois veio a mudar de nome e foi apresentado ao público no Salão do Automóvel de 1972, com a nova sigla passando a ser chamado de Puma GTB e a também uma nova mecânica Chevrolet do Opala de 4.1 litros e 140 cv atingindo os 200 km/h, a carroceria foi totalmente redesenhada.

Somente em 1974, o GTB é lançado no mercado, com suas linhas obteve grande aceitação pelo público, ele se torna o automóvel mais caro e mais desejado do país. Devido ao grande número de pedidos feitos, ocorre um fenômeno interessante; os GTB já produzidos atingem preços no mercado de usados, bem maiores que os praticados pela fábrica, pois para estes carros, não havia lista de espera, de mais de um ano, ou seja era mais caro comprar um usado que um novo direto da fábrica. Este fato já ocorrera anteriormente com os modelos GTE e Spyder, também grandes sucessos da marca.

No mesmo ano, a Puma atinge o maior índice de vendas, e garante sua entrada na Anfavea e no Sindicato da Indústria Automobilística. Em 1978 é apresentado no Salão do Automóvel, o Puma GTB Série II ( S2 ), com novo desenho, passa a ter uma frente mais estreita, e quatro faróis redondos envolvidos por uma moldura, novos pára-choques pretos de borracha, na traseira é adotado lanternas de Brasília, o quebra-vento também é retirado, o capô se torna mais liso e debaixo dele estava o já consagrado e potente motor do Opala Gran Luxo e SS. Era o seis-cilindros em linha de 4,1 litros e 140 cv, brutos, a 4.000 rpm. A carroceria também era de plástico e fibra-de-vidro, com a frente bem longa e a traseira curta. As cores metálicas, como prateado e dourado, eram as preferidas. Bancos e volante esportivos de três pontas faziam parte dos itens de série as rodas do tipo "estrela", se destacavam os limpadores escondidos por uma capa.

Como o irmão menor, o "Pumão", como foi apelidado na época, era ideal para duas pessoas o espaço atrás podia ser utilizado apenas para pequenos percursos. O painel de instrumentos era bem completo e incluía conta-giros, voltímetro e termômetro do óleo, fora equipamentos de luxo como vidros verdes eletricos, travas e portas também elétricas, ar-condicionado e em alguns até frigobar, item opcional. As famosas rodas “estrela” exclusivas da Puma eram calçadas por pneus inéditos no mercado nacional, os Pirelli E70, os freios eram a disco, ventilados na dianteira e a tambor na traseira.

Seu fim se deu porque apesar de ser um carro esporte bonito e imponente, que tinha fila de espera para compra. Seu desempenho não era muito superior aos do Opala, Dodge Dart e Charger, esportivos da época mais baratos que ele. Aliás, o GTB só custava menos que o Ford Landau, carro nacional mais caro e mais luxuoso da época. Um ano depois com a chegada do Maverick GT que entrava na briga com a vantagem de ter por trás a fama do Mustang americano, já que no Brasil espalhava-se a verdade de que o Maverick GT era o Mustang brasileiro, já que o motor de ambos é igual.

Com esse último golpe o felino é abatido, mas, até hoje é um grande carro e graças a saudosistas e entusiastas, temos muitos em perfeito estado rodando por ai, graças a Deus

terça-feira, dezembro 12, 2006

Anos Dourados (Técnica) Vs Dias Atuais (Tática)


Muitos vêem o futebol da maneira que ele é jogado atualmente, como um jogo que pouco se assemelha ao belo jogo praticado há algumas décadas. Os saudosistas me dizem que 'naquela época', o jogo era bonito, vistoso, ofensivo, jorravam gols e grandes jogadores. E que hoje em dia, o futebol é feio, truncado, defensivista, excessivamente tático e que 'não se fazem mais craques como antigamente'. Nos 'Anos Dourados' do esporte bretão, época compreendida entre as décadas de 30 e 70, dizem-me que os jogos eram verdadeiros espetáculos, que os gols eram obras de arte e os jogadores eram simplesmente fantásticos. Falam-me de Pelé, Garrincha, Vavá, Didi, Eusébio, Fontaine, Puskas, Di Stéfano, e outros tantos, como verdadeiros artistas da bola, homens de outro mundo, que faziam com o esférico coisas que iam contra a realidade. Ainda me falam que as partidas eram cheias de gols, grandes dribles, times ofensivos e assistências inimagináveis.

Não há dúvidas quanto à predominância do jogo ofensivo nessa época, já que grande parte das equipes nas décadas de 40 e 50, alinhavam em um 2-3-5. Sim, os times jogavam com cinco avançados. Algunas linhas ofensivas dessa época são lembradas até hoje, como a do Real Madrid pentacampeão europeu (Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento) ou a do River Plate dos anos 40, conhecido como 'La Máquina' (Munõz, Moreno, Pedernera, Labruna e Loustau- Foto). Em décadas seguintes, vimos o 4-2-4 e depois o 4-3-3 como táticas mais comuns. Nota-se, em todas elas, uma grande preocupação com o número de avançados, e obviamente, pouquíssima preocupação com o que iria acontecer na parte defensiva. Ainda observando essas formações, vimos que o número de médios era pequeno, já que o deslocamento dos jogadores era bem menor durante a partida e não possuíam múltiplas funções, como possuem hoje. Uma frase que resume bem o pensamento, quanto à movimentação dos jogadores nos 'Anos Dourados' é de Didi, o homem da 'folha seca'. Certa vez ele disse 'Quem tem que correr é a bola, não o jogador'.

Nos dias de hoje, se falares isso a qualquer pessoa que entenda um pouquinho do desporto-rei, lhe dirá que é um absurdo. Mas, naquela época, era uma verdade absoluta. Quanto ao aspecto técnico dos jogadores, penso que haviam muitos grandes jogadores, talvez a maioria deles atuou nesse período, mas havia um distanciamento técnico muito grande entre os grandes e os outros.
Toda equipe tinha dois ou três jogadores que eram capazes de desequilibrar uma partida, enquanto os outros oito ou nove estavam anos-luz atrás, em termos de técnica. No que diz respeito a parte futebolística 'fora das quatro linhas', como organização administrativa e preocupação com os torcedores, os clubes eram muitos mais administrados por apaixonados, e não profissionais capacitados. É uma época praticamente amadora, nesse aspecto. É certo que, naqueles tempos de glória ofensiva, o futebol era muito mais romântico e folclórico. Grandes mitos futebolísticos, sejam eles jogadores, diretores ou torcedores, viveram nesse tempo que hoje nos parece tão distante. No começo dos anos 80, foi possível começar a observar mudanças na mentalidade futebolística, especialmente no que diz respeito às táticas. A parte defensiva começou a ser mais trabalhada e o 4-4-2 começou a reinar. Foi constatado que uma maior movimentação dos jogadores seria necessária para o sucesso, como provara alguns anos antes a Holanda e seu 'futebol total'. Ainda que não vejamos jogos repletos de gols e grandes jogadas, o espetáculo tático de um jogo de futebol dos dias de hoje é tão bonito, ao meu ver, quanto as partidas memoráveis de outras eras. No Brasil, especificamente, criou-se o conceito de 'lateral' que se tem hoje em dia, originalmente um defensor, mas que também tem obrigações ofensivas de apoio pelos lados do campo. Também nos anos 80 foi praticamente extinta do futebol uma posição até então considerada essencial, a de 'ponta' ou 'extremo'. Aquele jogador rápido, habilidoso, com grande capacidade ofensiva, que marcava gols e que somente tinha que se preocupar em atacar. No lugar do ponta exclusivamente ofensivo, apareceu um meia que também tinha que voltar até o seu campo, acompanhando o defesa lateral adversário e ajudando a 'fechar o meio-campo'.

Já no começo dos anos 90, o futebol atingiu seu auge defensivista. Prova disso é que o Mundial da Itália é o que possui menor média de gols entre todos os Mundiais. Mas essa década é, com toda a certeza, a que marca o surgimento do futebol como negócio, que passou a envolver cifras antes impensáveis. Os clubes passaram a ser geridos como empresas, o torcedor passou a ser digno de respeito e preocupação por parte dos clubes e o futebol tornou-se um dos negócios mais lucrativos do mundo. Com as verbas cada vez maiores, as ligas européias se fortaleceram cada vez mais, concentrando os melhores jogadores do futebol mundial. Do ponto de vista técnico dos jogadores, penso que há uma maior igualdade. Ainda existem grandes jogadores, mas é cada vez mais importante um trabalho coletivo, um esforço de todos para obter o sucesso.

Ainda que me fascine imaginar como era o futebol sessenta ou cinqüenta anos atrás, sinto me extremamente privilegiado em poder viver o futebol atual. É fantástico estudar o trabalho dos estrategistas do futebol, detalhes táticos minuciosos que decidem campeonatos, observar como se porta taticamente uma equipe em diversas situações. Talvez tenhamos perdido um pouco da técnica e do brilho individual com o passar do tempo, mas ganhamos muito em termos coletivos. Penso que os craques do passado eram mais craques que os de hoje, e que os maus jogadores do passado eram piores do que os maus jogadores atuais. Há uma maior uniformidade técnica e uma preparação físico-psicológica infinitamente melhor, em relação aos 'Anos Dourados' do futebol. Entre as décadas de 40 e 70, os jogos eram decididos em um drible acertado, que gerava um chute certeiro e a vitória naquele dia. Hoje em dia, são decididos num drible falhado, que gera um contra-ataque e uma consequente derrota.