Depois de ter arrecadado 12 títulos em 16 anos de participação no Campeonato do Mundo de Marcas a Ferrari anunciou que não alinharia nenhum carro em 1968 como forma de protesto contra os novos regulamentos que limitavam a cilindrada a 3000 cc. Enquanto isso, aproveitando o período de transição, o Porsche 917 ia somando vitórias em todos os circuitos. Decidido a lavar esta afronta, a Ferrari preparou apressadamente o seu regresso com um protótipo rival. E assim, cerca de um ano depois do seu adversário, 25 viaturas vermelhas eram por sua vez alinhadas na fábrica de Maranello: o 512 S, a resposta da Ferrari...
Desde cedo este modelo se revelou competitivo apesar do atraso em relação ao seu rival. Diversas afinações e correcções aerodinâmicas foram rapidamente introduzidas e nas sessões de treinos do primeiro confronto oficial, as 24 horas de Daytona, ambos os protótipos pareciam estar ao mesmo nível. Mas a corrida veio a revelar a falta de robustez dos Ferrari fruto da sua preparação apressada. Porém, com o tempo o 512 S veio a revelar-se uma máquina temível sobretudo nas mãos de Pilotos como Jacky Ickx, Mario Andretti ou Arturo Merzario.
Não obstante o seu potencial o 512 S não conseguiu levar de vencida o seu poderoso rival e, deste modo, no final da época de 1970 foi preparada uma nova versão: a potência do motor foi aumentada, a carroçaria foi redesenhada assemelhando-se um pouco ao Porsche 917 na parte traseira e foi ainda conseguida uma diminuição do peso total. Esta versão foi baptizada de 512 M - M de modificata - e revelou-se extremamente promissora. Seria de esperar que a época seguinte marcaria o regresso às vitórias mas Enzo Ferrari preferiu dedicar-se ao desenvolvimento do seu protótipo 312 PB que dominaria arrogantemente toda a época de 1972.
E, deste modo, em 1971 apenas o vimos correr em equipas privadas. O tempo de vida do 512 foi efémero; foi provavelmente um erro, um devaneio que nunca deveria ter sido produzido. Mas se não fosse assim não existiria este belíssimo automóvel, talvez um dos protótipos mais elegantes que a marca produziu, quanto a mim só superado neste aspecto pelo fabuloso P4. As suas linhas são um misto de elegância e agressividade de qualquer ponto de vista e em qualquer versão. Se o Porsche 917 foi o último dos monstros, o 512 foi o derradeiro dos protótipos.
Fonte: http://blog.uncovering.org/archives/2007/02/ferrari_512_a_r.html