segunda-feira, setembro 18, 2006

A história dos muscle-cars.


Em meados dos anos 60, os consumidores americanos estavam cansados das "banheiras" repletas de cromados e exigiam individualidade e atitude. Foi nesta década que surgiram dois dos tipos mais fascinantes de automóveis que Detroit já produziu: o pony-car e o muscle-car. Mais tarde os dois tipos iriam se misturar, quando os ponies Mustang, Camaro e Firebird entrariam na corrida em busca de potência, como os muscle-cars -- os "carros musculosos", em alusão à aparência agressiva e grande potência.

A história dos muscle-cars começa em 1964. O então engenheiro-chefe da Pontiac, John DeLorean, o mesmo que em 1980 construiria o esportivo de aço inoxidável que levava seu sobrenome, coloca no conservador Pontiac Tempest o maior motor V8 disponível na casa: um 389-pol3 (polegadas cúbicas) ou 6,3 litros, de 325 cv . E batiza a criação com um nome "emprestado" da Ferrari: GTO.

Com o sucesso do GTO, as outras marcas se apressaram em também oferecer seus "carros musculosos". A Chrysler começou a adotar motores Hemi, assim chamados por possuírem as câmaras de combustão hemisféricas, em todos os modelos possíveis, produzindo alguns dos mais fantásticos carros da época. Foi da Dodge que saíram, por exemplo, o Charger e o Challenger. O primeiro, conhecido dos brasileiros pois desembarcou por aqui no início dos anos 70 com um motor V8 de 318 pol3 (5,2 litros), teve em 1968 sua versão mais potente e famosa.
As características desse tipo de carro passavam por um motor de grande cilindrada -- V8, claro --, aparência robusta e grande oferta de opcionais, capazes de dar aos seus consumidores a tão desejada individualidade. Um anúncio do Dodge Challenger apregoava: "o carro que você compra quando não quer ser igual aos outros".

A história dos muscle-cars começa a terminar em 1973. Com a crise do petróleo e o embargo imposto pelos países produtores, mais a conseqüente alta dos preços do combustível, os americanos preferiam comprar os econômicos carros japoneses aos beberrões nativos. Além disso, o governo dos EUA passou a impor uma série de normas de controle de poluição e de consumo de combustível, o que amarrou ainda mais a potência dos carrões, e estabeleceu o limite nacional de velocidade de 88 km/h

A partir de 1974 todos os carros viram seus motores diminuírem. Modelos tradicionalmente equipados com grandes V8, como o Mustang, passaram a utilizar pequenos quatro-cilindros. Foi o início de uma era sombria para indústria automobilística americana, quando os japoneses tomaram conta do mercado. E o pior, os muscle-cars já não ofereciam aquilo a que um dia se propuseram: individualidade. Sem os motores potentes e numa época em que o desenho dos carros se confundia, haviam perdido o apelo.

Na última década, a lenda dos muscle-cars parece ter ressurgido pelas mãos da Chrysler. Em 1989 foi apresentado no Salão de Detroit o carro-conceito Dodge Viper. Com um estilo exótico e o grande capô ocupando boa parte da carroceria, foi lançado como veículo de série em 1992, em formato roadster. Anos depois ganhou a versão cupê, batizada de GTS. Assim como os muscle-cars do passado, o Viper possui um motor de grandes dimensões (8 litros) e baixa potência específica, ficando a única diferença por conta do número de cilindros: em vez de um V8, utiliza um V10 de 455 cv líquidos.

Para nós puristas, contudo, os mais belos muscle-cars estão no passado, quando Detroit produziu alguns de seus mais fantásticos modelos. São uma página importante da história automobilística, carros que viraram lendas e que definitivamente nasceram para ser selvagens livres de tecnologias que tornam o motorista um mero instrumento de seus limites aqueles carros eram realmente carros a serem pilotados. E assim foram.

Um comentário:

Juan Medeiros disse...

Muscle car...sei la, naum me agradam nem um pouco, carros potentes e sem dirigibilidade.dizem q muscle cars sao para pessoas q naum gostam de corridas em circuitos mistos,pq os carros naum fazem curvas.coisa de americano!!
mas gosto naum se discute, e sempre bom saber um pouco mais sobre eles...