terça-feira, fevereiro 20, 2007

A máquina a Serviço de sua Majestade...

A inglesa Aston Martin passou a usar a sigla DB para denominar seus modelos a partir de 1948. Eram as iniciais de David Brown, herdeiro de um grupo de indústrias mecânicas que comprou a empresa e a maioria das ações da Lagonda. Fanático por competições, fez sua primeira intervenção como dono da Aston Martin adotando motor seis cilindros de 2.580 cm³ e 119 cv nos modelos da marca.

Com esse novo propulsor, os modelos DB da Aston Martin começaram a se destacar em competições como 24 Horas de Le Mans e abriram as portas de mercados internacionais, levando ao crescimento dos volumes de produção. Mas o sucesso da série veio com o DB4, lançado em 1958 e vendido nas versões standard (com ignição normal e carburadores SU) e GT (dupla ignição, dois distribuidores e carburadores Weber).
O carro tinha novos chassi e suspensões, e a carroceria da versão standard foi preparada pelos especialistas Gaetano Ponzoni, da Touring, e Frank Feeley, da Aston Martin. Já para o DB4 GT, que unia as características de automóvel de passeio e carro de competição, a carroceria foi projetada por Zagato. Esse modelo, lançado em 1959, tinha motor 3.7 litros, de 302 cv, e alcançava a velocidade máxima de 240 km/h. Do DB4 foram produzidas 1.100 unidades, sendo 70 conversíveis. O DB4 tinha como concorrentes o Jaguar XK 140, Mercedes-Benz 300 SL, Ferrari 250 GT, Ford Thunderbird e Chevrolet Corvette.

A evolução do DB4 foi o DB5, lançado em 1963. Usado nos filmes do agente secreto inglês James Bond, o 007, o modelo levou a Aston Martin a abandonar as competições, alcançando êxito jamais visto na história da marca. Também era vendido com as carrocerias cupê e conversível e tinha linhas mais modernas, mas sem negar a identidade do DB4. Os faróis redondos e a entrada de ar no capô do DB5 passaram a ser vistos como uma referência da marca.

DB5 ficou conhecido no mundo graças à sua participação nos filmes do agente 007. O modelo estreou em 1964, no filme James Bond contra Goldfinger. Seguindo as exigências do agente, o carro tinha vidros à prova de balas, duas metralhadoras e ainda esguichava óleo e água por tubos na traseira. Era equipado também com assento esquerdo ejetável, chapa à prova de balas, que saía verticalmente do porta-malas, e lâminas, que saíam das rodas para cortar os carros dos inimigos.

Dirigido por Sean Connery, que encarnava o 007, o DB5 voltou às telas em 1965 no filme Thunderball. Em 1967, em 007 a serviço de sua majestade, foi pilotado por George Lazenby. Já em 007 contra GoldenEye, de 1995, o DB5 participa de um pega com uma Ferrari F355 GTS. O modelo pôde ser visto ainda em O amanhã nunca morre e na comédia policial Prenda-me se for capaz. No último filme de James Bond, Cassino Royale, que entrou em cartaz recentemente, a Aston Martin volta à cena, desta vez com os esportivos DB5 e DBS.

Com motor 4.0 litros de 286 cv de potência e câmbio de cinco marchas, o DB5 saía de fábrica com a chancela de alcançar velocidade máxima de 230 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em 8 segundos. Podia ser equipado opcionalmente com câmbio automático. O acabamento interno era sofisticado e o carro tinha itens de conforto como ar-condicionado e vidros com comandos elétricos. Seus concorrentes eram Jaguar E-Type, Ferrari 250 GTO e Lamborghini 350 GT. Em 1964, o DB5 ganhou o motor Vantage, com três carburadores, que desenvolvia 314 cv de potência.

Foram produzidas 1.021 unidades do DB5, de 1963 a 1965, quando foi lançado seu sucessor, o DB6. Esse foi o modelo mais familiar da série, pois era 10 cm maior e tinha espaço no banco traseiro para acomodar com conforto dois adultos. O DB6 tinha o pára-brisa menos inclinado que o DB5, mas, apesar de seu estilo mais comportado, ganhou, em 1966, um motor de 330 cv.

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