Rivaldo, o maior camisa 10 da seleção depois de Pelé

Voltando a um tema já comentado aqui neste blog – o mito da camisa 10 – faço referência ao Rivaldo, que levou o Brasil a duas finais de Copa do Mundo e, infelizmente não recebe o reconhecimento merecido.

Mesmo que muita gente discorde de mim, acredito que a nossa seleção ficará mais algumas copas na fila, visto que perdeu a referência dentro de campo, não possui mais o jogador diferenciado, o jogador que decide, seja com passes precisos ou gols nos momentos de aperto.

E assim foi Rivaldo Vitor Borba Ferreira, um jogador excepcional que fez história no futebol brasileiro e mundial. Muita gente lembra da medalha de bronze nas Olimpíadas de Atlanta, mas creio que poucos tenham notado que o jogo Nigéria 4x3 Brasil pela semi-final do torneio tenha sido o divisor de águas do Rivaldo com a camisa da seleção. Após perder a bola no meio-campo e proporcionar o contra-ataque que deu o gol de ouro à Nigéria, eis que surge o maior camisa 10 da seleção que eu já vi jogar.

Logo de cara faz uma partida memorável e ajuda o Brasil a conquistar a medalha de bronze após enfiar 5x0 na seleção portuguesa.

O que ninguém imaginava era que isso era apenas o começo, o começo da consagração.

Rivaldo sempre chamou a responsabilidade e decidiu nos momentos em que a seleção canarinho precisou. Afinal quem não lembra da belíssima Copa de 98? do gol de desempate contra a Dinamarca? Do passe pro gol do Ronaldo contra a Holanda?

Na final ele foi mais um vencido pela apatia, mas diante dos acontecimentos é totalmente aceitável.

O que mais uma vez ninguém poderia imaginar é que ele conseguiria fazer uma Copa do Mundo ainda melhor em 2002. Gols importantes, passes decisivos e participação mais que efetiva na conquista do Penta (participação em nada mais que 70% dos gols brasileiros). Mas, o melhor da Copa, que deu 8 assistências e fez 5 gols, foi garfado e perdeu o prêmio para Oliver Kahn.

O que seria do maior goleador em copas do mundo sem o Rivaldo? Tem dúvidas? Faça uma breve retrospectiva e tente lembrar de algum gol do Ronaldo em copas, obviamente excluindo o mundial de 2006, sem a participação do Rivaldo e tire as suas próprias conclusões.

Aprendi a respeitar esse grande jogador mesmo quando ele prendia demasiadamente a bola, uma vez que percebi que ele não tinha com quem dividir a responsabilidade, pois nas horas decisivas, nas horas em que tudo parecia que ia pro brejo e todo mundo se escondia só sobrava o Rivaldo, sempre pronto para acertar um chute de fora da área certeiro, fazer um lançamento de 20 metros preciso, um passe curto ou um corta-luz para deixar o companheiro (muitas vezes o Ronaldo) pronto para fazer o gol.

Por tudo que citei, eu, um brasileiro dos mais fervorosos e exigentes com a seleção de futebol, só tenho a agradecer ao nosso grande camisa 10. Pode se aposentar tranqüilo Rivaldo, você já faz parte da história! Nós brasileiros só temos a agradecer.

"Joguei 14 partidas na Copa com a camisa 10 do Brasil, uma camisa que grandes jogadores vestiram. Estou certo de que, no futuro, as pessoas se lembrarão de Rivaldo. Campeão"

Rivaldo