
Um fato notável no Corcel II era a ventilação dinâmica, de grande vazão, depois largamente utilizada em modelos de outras marcas, dispensando a ventilação forçada, que quase não era usada. Com o mesmo motor do Corcel I, o desempenho não estava muito melhor, mas a segurança, estabilidade e nível de ruído, sim melhoraram.

Detalhe curioso do GT era a carroceria em dois tons, separados por um filete vermelho. A parte de cima era sempre preta, contrastando com a parte de baixo. Mas a idéia não agradou, e em 1980 a parte preta se restringia à linha inferior da carroceria, abaixo do friso da porta. O filete vermelho continuava.
Em 1979 vinha o esperado motor de 1,6 litro, desenvolvido pela Renault, de melhor desempenho, e o câmbio de cinco marchas, que só o Alfa Romeo possuía. A quinta era um acréscimo às outras quatro e sua relação ficava próxima da quarta. Pela primeira vez era usada a denominação "1.6", com o ponto em vez da vírgula, o que é incorreto no sistema métrico. Atribui-se ao Corcel a introdução desse sistema inglês no Brasil, que resultaria no incoerente "1.0" (zero após a vírgula é desprezível) tão lido e ouvido atualmente.
Em 1980, acompanhando a evolução do álcool no Brasil, chegava a versão com motor movido pelo combustível vegetal, que tinha o então campeão de Formula Ford, Airton Senna como garoto propaganda. Falava-se que era o melhor a álcool produzido no País, pegava rápido, não demorava a esquentar, tinha pouca vibração e se mantinha regulado por muito tempo, tudo isso graças a um tanquinho de gasolina que pioneiramente foi colocado pela montadora que auxiliava as partidas com o derrame de gasolina no carburador no momento da partida, hoje disponível em todos os modernos carros flex. Um pequeno logotipo nos pára-lamas dianteiros, com a inscrição Álcool e quatro gotas azuis em degradê, indicava o combustível utilizado. Seu desempenho geral era tão bom quanto o do modelo a gasolina com acelerações mais rápidas, típicas desse tipo de combustível. Ter sido o último modelo a apresentar esta versão contribuiu para o bom resultado e subseqüente boa fama.

A concorrência estava mais acirrada. O Passat envelhecia, o Polara não era mais produzido há anos, mas o Chevrolet Monza era mais moderno e potente, conquistando a liderança de vendas por três anos (de 1984 a 1986) e surpreendendo a todos. Em 21 de julho de 1986 o último Corcel deixava as linhas de produção de São Bernardo do Campo, SP. Marcou pelo conforto, acabamento e mecânica de qualidade confirmada. Foram 1,4 milhão de modelos produzidos um dos maiores sucessos da nossa indústria automobilística.
Sua herança ficaria para os outros modelos. Na linha 1987 o Del Rey ganhava uma versão despojada (L) e a Belina passava a ser dele derivada, substituindo a Scala. Apesar da perda do Corcel, seu conceito continuava vivo em modelos similares.
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