Em Hollywood, o casal Angelina Jolie e Brad Pitt fez sucesso encarnando os durões Senhor e Senhora Smith: um casal de assassinos profissionais que trabalham para organizações rivais. Até que recebem missões bem delicadas: um deve matar o outro. Detalhe: marido e mulher não desconfiam o que o parceiro faz para viver. Em Santos, Vladimir e Raquel Silveira são casados, militares, armados e têm a mesma missão. Calma. Neste caso, a vida não imita a arte, e a tarefa do casal santista é bem mais light. Eles fazem parte da equipe brasileira de Tiro Esportivo e estão classificados para os Jogos Pan-Americanos de 2007. O fato de serem casados há 16 anos e praticarem o tiro não passou batido pelos amigos do casal.
A Senhora Smith do Pan começou a praticar o tiro em 1986, mas apenas em provas militares (ela e o marido são suboficiais da Aeronáutica). Até que, em 1990, ela passou a competir pela Confederação Brasileira de Tiro Esportivo. Em 1999, participou do Pan de Winipeg, no Canadá, e conseguiu a quinta colocação na categoria Pistola de Ar – Dama. Animado com o desempenho da mulher, Vladimir resolveu aderir ao tiro e passou a competir em 2000.
- Comecei a conseguir bons resultados e a viajar. Ele cansou de só ficar carregando as minhas malas e também começou a atirar – brinca Raquel.
- Comecei a conseguir bons resultados e a viajar. Ele cansou de só ficar carregando as minhas malas e também começou a atirar – brinca Raquel.
A chance de disputar o Pan do Brasil anima o casal. Vladimir é carioca e vai se sentir em casa.
- É o meu primeiro Pan. Sendo na minha terra natal, que é o Rio, com a torcida do nosso lado, familiarizado com o clima, facilita muito. Nossas principais dificuldades quando competimos lá fora são exatamente os problemas de adaptação. No Rio, não vamos enfrentar nada disso.
- É o meu primeiro Pan. Sendo na minha terra natal, que é o Rio, com a torcida do nosso lado, familiarizado com o clima, facilita muito. Nossas principais dificuldades quando competimos lá fora são exatamente os problemas de adaptação. No Rio, não vamos enfrentar nada disso.
Se o clima e a adaptação fácil não são obstáculos, os adversários são. Como todos os atletas amadores, Raquel e Vladimir têm de se virar para trabalhar, cuidar da casa, dos filhos e ainda achar tempo para treinar. Isso sem contar os custos dos equipamentos. - Infelizmente, temos de tirar do bolso mesmo. São equipamentos caros. O que nós usamos não são os ideais. Tem até melhores lá fora, mas a gente compra o que consegue – conta Vladimir. Atiradores dos Estados Unidos e do Canadá, os principais adversários brasileiros no Pan são profissionais e podem se dedicar exclusivamente ao esporte. - A gente treina nos fins de semana e sem treinadores. No nosso caso, um treina o outro. Os americanos e canadenses têm treinadores individuais e tempo para treinar – compara Raquel
Nenhum comentário:
Postar um comentário