sexta-feira, dezembro 15, 2006

Puma GTB, o felino brasileiro.

Brasileiros arrojados desenvolveram o esportivo nacional mais famoso, bonito e original. Tudo começou quase na metade da década de 60, quando nossa indústria automobilística ainda engatinhava. Nossos carros eram originários de marcas americanas ou européias, idênticos aos que ainda eram ou já haviam deixado de ser fabricados lá fora.

Em 1971 foi montado pela Puma, montadora brasileira de carros esporte, um protótipo esportivo, que usava o motor do Opala seis cilindros e 3.8 litros; o GTO, que depois veio a mudar de nome e foi apresentado ao público no Salão do Automóvel de 1972, com a nova sigla passando a ser chamado de Puma GTB e a também uma nova mecânica Chevrolet do Opala de 4.1 litros e 140 cv atingindo os 200 km/h, a carroceria foi totalmente redesenhada.

Somente em 1974, o GTB é lançado no mercado, com suas linhas obteve grande aceitação pelo público, ele se torna o automóvel mais caro e mais desejado do país. Devido ao grande número de pedidos feitos, ocorre um fenômeno interessante; os GTB já produzidos atingem preços no mercado de usados, bem maiores que os praticados pela fábrica, pois para estes carros, não havia lista de espera, de mais de um ano, ou seja era mais caro comprar um usado que um novo direto da fábrica. Este fato já ocorrera anteriormente com os modelos GTE e Spyder, também grandes sucessos da marca.

No mesmo ano, a Puma atinge o maior índice de vendas, e garante sua entrada na Anfavea e no Sindicato da Indústria Automobilística. Em 1978 é apresentado no Salão do Automóvel, o Puma GTB Série II ( S2 ), com novo desenho, passa a ter uma frente mais estreita, e quatro faróis redondos envolvidos por uma moldura, novos pára-choques pretos de borracha, na traseira é adotado lanternas de Brasília, o quebra-vento também é retirado, o capô se torna mais liso e debaixo dele estava o já consagrado e potente motor do Opala Gran Luxo e SS. Era o seis-cilindros em linha de 4,1 litros e 140 cv, brutos, a 4.000 rpm. A carroceria também era de plástico e fibra-de-vidro, com a frente bem longa e a traseira curta. As cores metálicas, como prateado e dourado, eram as preferidas. Bancos e volante esportivos de três pontas faziam parte dos itens de série as rodas do tipo "estrela", se destacavam os limpadores escondidos por uma capa.

Como o irmão menor, o "Pumão", como foi apelidado na época, era ideal para duas pessoas o espaço atrás podia ser utilizado apenas para pequenos percursos. O painel de instrumentos era bem completo e incluía conta-giros, voltímetro e termômetro do óleo, fora equipamentos de luxo como vidros verdes eletricos, travas e portas também elétricas, ar-condicionado e em alguns até frigobar, item opcional. As famosas rodas “estrela” exclusivas da Puma eram calçadas por pneus inéditos no mercado nacional, os Pirelli E70, os freios eram a disco, ventilados na dianteira e a tambor na traseira.

Seu fim se deu porque apesar de ser um carro esporte bonito e imponente, que tinha fila de espera para compra. Seu desempenho não era muito superior aos do Opala, Dodge Dart e Charger, esportivos da época mais baratos que ele. Aliás, o GTB só custava menos que o Ford Landau, carro nacional mais caro e mais luxuoso da época. Um ano depois com a chegada do Maverick GT que entrava na briga com a vantagem de ter por trás a fama do Mustang americano, já que no Brasil espalhava-se a verdade de que o Maverick GT era o Mustang brasileiro, já que o motor de ambos é igual.

Com esse último golpe o felino é abatido, mas, até hoje é um grande carro e graças a saudosistas e entusiastas, temos muitos em perfeito estado rodando por ai, graças a Deus

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