Em 1976, o ex-piloto Guy Ligier retorna à Fórmula 1 agora como dono de sua própria equipe. O primeiro carro, o Ligier JS5, teve apenas um piloto, o experiente francês Jacques Laffite, que lá iniciaria uma relação de amor pela equipe. No final, a Ligier conquista o quinto lugar, ocm vinte pontos.
1977-1978: pequena queda de rendimento
Depois do bom início das atividades, a Ligier mantém Laffite, e contratra outro francês, Jean-Pierre Jarier, já no fim da temporada. Ao final, o time azul conquista o oitavo lugar, com 18 pontos. Em 1978, a Ligier saca Jarier e mantém Laffite, que marca 19 pontos e coloca a equipe em sexto lugar na classificação.
1979: favoritismo no início e queda no final
Em 1979, tudo conspiraria a favor da Ligier. Equipada com os bons motores Ford, a equipe mantém Laffite pelo terceiro ano seguido, e contrata mais um francês, Patrick Depailler, mas este se acidenta e dá lugar a Jacky Ickx, o primeiro não-francês a guiar um carro da equipe. Entretanto, o experiente Laffite continuaria sendo a grande liderança da Ligier, conquistando duas vitórias, somando seis pódios, contra dois de Depailler e nenhum de Ickx, que se aposentou no fim do ano. Ao fim, a Ligier conquistou o terceiro lugar, com 61 pontos.
1980: o grande ano
1980, sem dúvidas, foi o melhor ano da Ligier. Mais uma vez, Laffite se torna o líder incontestável da equipe, agora tendo a companhia de mais um francês, Didier Pironi. Ambos conquistam dez pódios (cinco para Pironi, cinco para Laffite), e o grandioso vice-campeonato de construtores, com 66 pontos.
1981-1982: nova queda
Em 1981, Laffite permanece mais uma vez na Ligier, tendo três companheiros de time: Jarier (repatriado), Jean-Pierre Jabouille e Patrick Tambay, todos franceses. Jacques conquista sua derradeira vitória no GP da Áustria, mas a Ligier não repete o mesmo deasempenho de 1980, e fica em quarto lugar. Pior foi em 1982: Laffite, quase quarentão, passa a ter ao seu lado o ítalo-americano Eddie Cheever, mas eles não tiveram um bom papel na temporada. No fim das contas, a Ligier fica em oitavo lugar com apenas 20 pontos.
1983-1984: pesadelo
Em 1983, um golpe para a Ligier: Laffite, a grande liderança da equipe, sai para a Williams, e Jarier retorna ao time, tendo ao seu lado o brasileiro Raul Boesel. Entretanto, ambos, vitimados por sucessivos abandono e não-classificações, fazem a Ligier ficar zerada pela primeira vez na história. Em 1984, mais um francês, François Hesnault, vêm acompanhado do italiano Andrea De Cesaris, e eles não deixam a equipe ficar zerada pela segunda vez seguida: foram três pontos, conquistados por De Cesaris, que permaneceria em 1985.
1985: a demissão de De Cesaris e a volta de Laffite
Em 1985, a Ligier recebe Laffite de volta, pois o experiente piloto estava amargurado na Williams. O retorno dá certo, e a equipe volta a marcar mais pontos. O ponto negativo da equipe foi o GP da Áustria, onde De Cesaris protagoniza um acidente incrível, onde ele capota o carro três vezes e sai ileso. Esta foi a gota d'água para Guy Ligier expulsar Andrea. Para o lugar do italiano, Guy contrata Philippe Streiff, que conquista seu único pódio no GP da Áustria.
1986: a despedida de Laffite
Em 1986, Laffite permanece, tendo como companheiro outro experiente piloto, René Arnoux. Jacques conquistou seu último pódio no GP do Brasil, e vinha fazendo uma temporada mediana até sofrer grave acidente no GP de Brands Hatch, e se ver obrigado a encerrar sua longa carreira. Guy Ligier não pensou duas vezes e contratou mais um francês, Philippe Alliot. Ao final da temporada, a Ligier conquista o quinto lugar, com 29 pontos somados.
1987-1989: o martírio
Em 1987, Arnoux se mantém na equipe azul, tendo como companheiro o italiano Piercarlo Ghinzani. Ambos fazem má temporada e René marca apenas um ponto, deixando a equipe em décimo-primeiro. Em 1988, Ghinzani é demitido e o sueco Stefan Johansson veio para formar dupla com Arnoux. Não deu certo. Eles terminam a temporada zerados, assim como a Ligier, que mantém Arnoux novamente em 1989 e contrata outro francês, Olivier Grouillard. Com três pontos (dois de Arnoux, um de Grouillard), a Ligier termina em décimo-terceiro.
1990-1992: o sofrimento continua
Sem Grouillard e Arnoux, a Ligier estava agonizando. A equipe repatria Alliot e contrata o italiano Nicola Larini, mas eles não saem do zero e acabam demitidos. Em 1991, Guy contrata o belga Thierry Boutsen e mais um francês, Érik Comas (campeão da Fórmula 3000 em 90). A Ligier termina zerada pelo segundo ano seguido, mas a dupla permanece para 1992. Boutsen marca seus últimos pontos no GP da Austrália (os únicos da Ligier), e a equipe azul fica em sétimo.
1993: a volta do bom desempenho
1993 marcou o reniascimento da Ligier. Pela primeira vez, a equipe não forma uma dupla com pelo menos um francês, mas com dois ingleses: Martin Brundle (ex-Benetton) e Mark Blundell (ex-Brabham). Com 23 pontos marcados e três pódios (dois de Brundle, um de Blundell), a Ligier alcança o quinto lugar.
1994: desempenho modesto
Para 1994, a Ligier dispensa Brundle e Blundell, e aposta no campeão da F-3000 de 1993, Olivier Panis. Seu primeiro companheiro foi o também francês Éric Bernard, que conquista um pódio junto com Panis no confuso GP da Alemanha, e acaba demitido. Seus substitutos foram o inglês Johnny Herbert e outro francês, Franck Lagorce, que passam desapercebidos pela equipe. No fim, a Ligier ganha o sexto lugar, com 13 pontos.
1995: a volta de Brundle
1995 começou com o retorno de Brundle à velha casa, e com a permanência de Panis no time. O japonês Aguri Suzuki, amigo de Martin, disputa algumas corridas num "sistema de revezamento", mas sofre um grave acidente nos treinos do GP do Japão, e deixa a F-1. Panis conquista o segundo pódio da Ligier no GP da Austrália (o primeiro foi de Brundle).
1996: o adeus da Ligier
A Ligier já estava pronta para ser vendida para alguém em 1996, mas a equipe não desistiu. Mantém Panis e contrat o brasileiro Pedro Paulo Diniz, egresso da Forti. O começo foi tímido, mas o doce sabor da vitória foi novamente provado no GP de Mônaco, onde quatro carros terminaram a corrida. Panis, que largara de décimo-quarto, resiste à pressão de David Coulthard, mas só alivia porque o tempo-limite de duas horas estava esgotado. Foi uma verdadeira festa, Olivier comemora sua única vitória levando a bandeira francesa na sua mão, copiando o gesto criado por Ayrton Senna. Depois de vinte anos de atividades, o tetracampeão Alain Prost, que chegou a testar a Ligier em 92, compra a equipe e a converte na Prost Grand Prix. No final das contas, a Ligier dá adeus em grande estilo, mesmo com um singelo sexto lugar.
Curiosidades
Michael Schumacher, o heptacampeão da F-1, ja testou a Ligier, em fins de 94.
Todos os carros da Ligier tinham a sigla JS, numa homenagem ao piloto francês Jo Schlesser, morto em 1968.
A Ligier teve o maior número de pilotos com a mesma nacionalidade da equipe: quinze franceses ocuparam o cockpit